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2012 - Livro Vermelho 2013

Myrcia gilsoniana G.M.Barroso & Peixoto CR

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 26-04-2012

Criterio: B2ab(iii)

Avaliador: Julia Caram Sfair

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG: Marcelo

Especialista(s):


Justificativa

É uma espécie endêmica da Reserva Florestal da Companhia Vale do Rio Doce (ES), com distribuiçãobastante restrita (AOO=4 km²). A região sofreu grande perda de habitat, principalmente com o cultivo de cacau. A espécie tem apenas dois registros de coleta, um sem data e outro em 1972. Entretanto, um trabalho de 1995 estima sua densidade populacional em cerca de 20 indivíduos por hectare ou cerca de 4.000 indivíduos no total, considerando sua área de ocupação. Como é conhecida apenas uma subpopulação da espécie, supõe-se que haja apenas uma situação de ameaça. Dessa maneira, a espécie é considerada "Criticamente em perigo" (CR).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Myrcia gilsoniana G.M.Barroso & Peixoto;

Família: Myrtaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

​Espécie descrita em Acta Bot. Brasil. 4(2): 7 (1990).

Dados populacionais

Foram encontradosdois indivíduos da espécie em 0,1 hectare de Floresta Ombrófila Densa na Reserva Natural Vale (Peixoto et al. 1995).

Distribuição

A espécie é endêmica do Espírito Santo (Sobral et al. 2012), ocorrendo apenas na Reserva Natural Vale, em Linhares (Funch et al., 2009).

Ecologia

Árvore com cerca de 12 m de altura (Barroso; Peixoto, 1990). Ocorre em Floresta Ombrófila Densa (Sobral et al., 2009).

Ameaças

1.1.3.2 Large-scale
Incidência local
Severidade very high
Detalhes A região da planície aluvial do rio Doce, no Estado do Espírito Santo, onde a espécieocorre, é em grande parte ocupada por sistemas de cabruca, nos quais o cacau écultivado no sub-bosque de áreas de floresta nativa (Rolim et al. 2006). Essesistema de cultivo altera a estrutura e composição da floresta, levando a umdeclínio de espécies de estágios sucessionais avançados e a um aumento da abundânciade espécies pioneiras e secundárias iniciais (Rolim; Chiarello 2004).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência local
Severidade low
Detalhes A Mata Atlântica do município de Linhares, no Estado do Espírito Santo, encontra-se reduzida a 21% da sua área original (SOS Mata Atlântica; INPE 2011).

Ações de conservação

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre na Reserva Natural Vale (Barroso; Peixoto, 1990).

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie é considerada "Em Perigo" (EN), segundo a Lista Vermelha da flora ameaçada do EspíritoSanto (Simonelli; Fraga 2007).

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: A espécie é considerada "Vulnerável" (VU), segundo a Lista Vermelha Oficial do Brasil (MMA, 2008).

Referências

- SIMONELLI, M.; FRAGA, C. N. Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo. Vitória, ES: IPEMA, 2007. 144 p.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

- SOBRAL, M.; PROENçA, C.; SOUZA, M.; MAZINE, F.; LUCAS, E. Myrtaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

- PIZO, M. The seed-dispersers and fruit syndromes of Myrtaceae in the Brazilian Atlantic forest. In: LEVEY, D.J.; SILVA, W.R.; GALETTI, M. Seed dispersal and frugivory: ecology, evolution and conservation. Wallingford: CABI Publishing, p.129-143, 2002.

- PEIXOTO, A.L.; ROSA, M.M.T.; JOELS, L.C.M. Diagramas de perfil e de cobertura de um trecho de floresta de tabuleiro na Reserva Florestal de Linhares (Espírito Santo, Brasil), Acta Botanica Brasilica, p.177-193, 1995.

- SOBRAL, M.; LUCAS, E.; LANDRUM, L.; SOARES-SILVA, L. Myrtaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA., R.C.; SALINO, A.; SOBRAL, M.; COSTA, D.P.; KAMINO, L.H.Y. Plantas da Floresta Atlântica. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.352-366, 2009.

- BARROSO, G.M.; PEIXOTO, A.L. Espécies novas de Myrcia DC. e Marlierea Cambes. (Myrtaceae), Acta Botanica Brasilica, p.3-19, 1990.

- FUNCH, L.S.; LANDRUM, L.L.; OLIVEIRA, M.I.U.; PROENÇA, C.E.B.; MAZINE, F.F.; ROSÁRIO, A.S. Myrtaceae. Plantas Raras do Brasil. Belo Horizonte: Conservação Internacional; Universidade Estadual de Feira de Santana, 2009.

- ROLIM, S.G.; IVANAUSKAS, N.M.; RODRIGUES, R.R.; NASCIMENTO, M.T.; GOMES, J.M.L.; FOLLI, D.A.; COUTO,. Composição florística do estrato arbóreo da floresta estacional semidecidual na planície aluvial do Rio Doce, Linhares, ES, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 20, n. 3, p. 549-561, 2006.

- ROLIM, S.G.; CHIARELLO, A.G. Slow death of Atlantic forest trees in cocoa agroforestry in southeastern Brazil. Biodiversity and Conservation, v. 13, p. 2679-2694, 2004.

- FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica perído 2008-2010, São Paulo, 2011.

Como citar

CNCFlora. Myrcia gilsoniana in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Myrcia gilsoniana>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 26/04/2012 - 20:15:22